domingo, outubro 03, 2010

O caráter efêmero dos sonhos

Nossa... depois de longo e tenebroso “inverno” resolvi comprar um novo HD pro meu laptop que estava quebrado há meses.

Pensei muito no que seria o texto de re-estréia do blog, mas depois de muito pensar, me lembrei: Eu só escrevo besteira mesmo, por isso, que besteira vai ser escrita antes não importa!


O negócio é começar a escrever de novo por que depois desse tempo todo parada, demoro vinte minutos pra escrever uma frase!


Ando pesando em milhões de coisa ultimamente. Já faz um tempo que deixei de trabalhar de garçonete. Agora sou gerente do restaurante grego onde trabalho há quase 3 anos. A maioria das pessoas me dá parabéns. O que ninguém sabe é que quando você vira gerente o que acontece é o seguinte: você trabalha mais horas, tem mais responsabilidades e ganha bem menos! É isso mesmo, não escrevi errado, eu disse MENOS!!! A minha promoção foi trabalhar mais e ganhar menos. Então você pode se perguntar: Por que diabos ela aceitou a promoção? Bem, recusei 3 vezes, pedi demissão do meu trabalho, fui trabalhar em outro restaurante como garçonete, só pra descobrir, que não consigo mais trabalhar de garçonete. Toda vez que a a hora de ir para o restaurante ia chegando, meu estômago ia se revirando e o desespero ia me consumindo! Durante o trabalho, toda vez que alguém era rude comigo, pensava em vinganças malignas, como entornar um jarro de água gelada na cabeça do infeliz. Achei que era melhor mudar de trabalho antes que perdesse a compostura e me encrencasse.


Claro que trabalhar mais e ganhar menos não ia me manter calma por muito tempo, por isso depois de 8 meses trabalhando de gerente, pedi demissão. Ainda estou no restaurante, mas o plano maligno agora é achar um trabalho de bartender no sábado e domingo para poder voltar a trabalhar com figurino de segunda a sexta.


O meu plano continua sendo adiado. Primeiro, uma viagem a Grécia (é verdade, fui a Grécia, prometo que escrevo sobre isso para vocês outra hora), depois visita de uma amiga de infância e agora, uma infecção respiratória (isso não quero nem comentar). Quando as coisas se arrastam por aqui, é difícil não pensar em voltar para o Brasil, e quando o meu aniversário de trinta anos se aproxima, é difícil de não pensar no que chamo de trindade da vida: amor, trabalho e localidade. Nunca consigo juntar as 3 coisas: uma cidade onde eu goste de morar, onde possa trabalhar na minha área e onde o consorte viva! Quando penso em sair de New York, é impossível não pensar nas possibilidades.


Sobre a cidade:


Eu já vivi em Teresina, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo (por muito pouco tempo) e New York.


Em Teresina eu tinha família, amigos, tive um amor fulminante mas nunca me senti em casa na cidade além de não ter a menor condição de trabalhar com figurino.


Eu amo Belo Horizonte: a cidade, as pessoas... além disso tenho minha família. BH foi o lugar onde mais trabalhei com figurino, onde me apaixonei por figurino, mas onde menos ganhei dinheiro.


Rio de Janeiro foi o lugar mais bonito onde morei e mais solitário. Os cariocas são tão diferentes de mim, que todas as vezes que tentava conversar com alguém me sentia um ET. Trabalhar no Rio também não foi fácil. Conheci maldade fora da adolescência, mas tenho certeza que hoje em dia, com mais experiência e atitude novaiorquina, não sofreria tanto. Sempre que penso em mudar para o Rio o óbvio vem em pauta: Globo. Mais oportunidade de trabalho... além da Globo, o Rio de Janeiro guarda outro tesouro: o Primeiro. Se você não sabe quem é o Primeiro... bem essa é outra longa história!


São Paulo... fiquei nessa cidade pouquíssimo tempo, sempre que estive lá foi a trabalho (que surpresa!). Diferente do Rio de Janeiro, as pessoas em São Paulo fazem mais sentido para mim. Trabalhar em São Paulo não foi tão difícil como no Rio, mas também não foi tão fácil como trabalhar em Belo Horizonte... Agora, a maior cidade da América Latina trás outra qualidade que é difícil de não prestar atenção: é cheia de homens, não qualquer tipo de homens, principalmente o tipo que eu gosto.


Ah... New York... a relação de amor e ódio! O melhor e o pior da vida profissional, o melhor e o pior da minha vida amorosa, o melhor e o pior da natureza humana... depois de cinco anos de New York, a sensação é de que qualquer outro lugar vai ser completamente entediante!




Sobre o Trabalho:


Teatro


Ah, o teatro! A vontade de matar os diretores porra loucas, de mandar os atores que vem com exigências de última hora para o quinto dos infernos. Eu amo figurino de teatro. Talvez seja simplesmente por que é de figurino que eu mais entendo e domino, talvez por que eu possa viajar na maionese e realmente pesquisar milhões de coisas legais antes de criar um figurino.


Cinema


Humm... é onde o dinheiro está, pelo menos aqui nos EUA. Com dinheiro vem institucionalização e organização... nunca achei que eu fosse dizer isso, mas eu adoro!


TV


Deus me ajude! Ainda não fiz TV, mas tenho certeza que isso vai estar num futuro próximo! Se eu resolver voltar para o Brasil então, inevitável! Até por que, no Brasil, é onde está o dinheiro!


Restaurante


Tenho uma coisa para dizer às pessoas que insistem em dizer que eu devo abrir meu restaurante: Você não tem a menor idéia do que é a vida dentro de um restaurante! Se eu algum dia disser que quero abrir meu próprio restaurante, por favor, me coloquem numa camisa de força, me tranquem num quarto escuro até que a vontade passe! Se alguém precisar de ajuda abrindo um restaurante no Brasil, eu posso ser sócia, ajudar a abrir, fazer cardápio, lista de cocktail, todas outras bobagens que eu aprendi por aqui em 5 anos... mas viver dentro de um restaurante... nem morta, santa!


L'amor...


Tem gente que é viciada em atenção. Há quem seja viciado em cigarros, coca-cola, outras cocas... eu, sou viciada em amor! O problema é que o amor no qual eu sou viciada é o tumultuoso, platônico e passageiro! Me chamem de superficial, mas eu sou paixonite-juckie! Já tive vários amigos me perguntando: “O que é que você quer em um homem?” Ora, mais que pergunta estúpida! Se eu soubesse responder essa pergunta, eu já tinha achado o homem ideal. Difícil não é achar o homem ideal, difícil é resolver o que é o homem perfeito e não mudar de idéia a cada seis meses!


Já cheguei a essa conclusão! Sou um animal cíclico! Se meu ex-namorado é um magrelo, metido a artista, com problemas existências, vou querer namorar um macho, dos bem grande, que vai me por no colo como se eu não pesasse nada! Agora, se o ex for um machão ignorante que só assiste filme que morre gente, o homem ideal tem que gostar de Jazz e museus. Aí você me pergunta: não dá pra achar um meio termo?! E eu respondo: Lá sou mulher de meio termo!!!! Quem é que quer um homem que é mais ou menos macho, que te carrega nos braços, mas que não aguenta fazer isso subindo as escadas, ou um cara que gosta de ler, mas só ler literatura norte americana!Eu sou exagerada como Cazuza!!! Vou morrer insatisfeita!


Juro por deus, a minha indecisão amorosa é tão grande que não consigo escolher nem qual é o ator com quem quero sonhar a noite! Acaba em insônia! Exemplo: esse semana comecei a assistir a nova temporada de Grey's Anatomy. Tem um ator feio muito macho, o personagem dele é um médico especialista em trauma que acabou de voltar do serviço militar. Acho ele uma delícia. Quando o episódio de Grey's Anatomy acabou, estava certa de que era aquilo o que precisava para ser feliz na vida: um macho ruivo, que é inteligente o suficiente para ser médico, mas macho o suficiente pra ir pra guerra! Dois dias depois, assisto o filme Young Victoria, baseada na história real da rainha Victoria e de príncipe Albert. Uma olhadinha no príncipe e o amor da minha vida muda de personalidade e forma. De repente eu quero um rapazinho tímido e magrelo que fica absolutamente nervoso perto de mim... aff!!!


A questão é que, difícil não é a vida em New York (ou em São Paulo), ou achar o príncipe encantado, nem mesmo o emprego ideal. Difícil é descobrir o que a gente realmente deseja! Por que? Por que quando nós sonhamos com a cidade, o trabalho ou o homem ideal, só nós concentramos no lado positivos das coisas, no momento em que os sonhos passam a categoria de realidade, eles se enchem de problemas e perdem o charme. Sonhos sem charme deixam de ser sonhos, viram realidade e são substituídos por novos desejos de felicidade! Simples assim! A felicidade é tão efêmera quanto a vida de um sonho realizado!





PS: Nossa! Eu estou bem enferrujada! Esse texto saiu bem amarradinho! Com o tempo melhora!


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