Crise de identidade…
Minha amiga foi embora e me escreveu. Disse que está meio sem rumo, sem lugar, que foi, mas ainda está aqui, ou algo do gênero…
O que eu posso dizer? Eu sei exatamente como ela se sente. Achou a resposta batida? Conversando comigo você pode facilmente perceber que eu tenho um sério problema de fixação de residência ( o que não deixa de ser irônico para alguém que esta entrando em um processo que solicitação de residência permanente para os EUA).
Meu sotaque original de fábrica é o de piauiense, e ele costumava ser bastante carregado até os 16 anos de idade, quando eu me mudei pra Belo Horizonte. Ouvindo a mesma pergunta toda vez que eu abria a boca: “Donde cê é?” eu respondia que era do Piauí, a reação era imediata: “ Ocê? Branquela desse jeito? Mas não é mesmo…” Até eles acreditarem era uma novela. Isso me deixava injuriada as vezes, parecia que me desligava de casa, acabava com as minhas referências…
Bem, lá pela metade desses 6 anos, eu adquiri um Segundo sotaque: o de mineira, que era como eu era reconhecida em qualquer lugar que não fosse Minas Gerais! Eu voltava pra Teresina e ouvia dos meus amigos brincarem: “Nosenhora, sô, traz um pão de queijo pressa menina que se não o trêm vai isquentá!” Uma vez , passando o Reveilon no Rio com minha prima mineira que morava a um ano em São Paulo, um taxista perguntou se a gente era mineira, por que, segundo ele, o seu sotaque da minha prima (mineira legítima), ainda é mais ou menos, mas o meu era muito carregado!
Então, aos 22 anos de idade eu tinha sotaque de piauiense em Minas, e de mineira no resto do Brasil. Foi quando mudei pro Rio, onde inicialmente todos achavam que eu era mineira na primeira frase, inclusive eu! Fora da influência do sotaque mineiro, meu sotaque de piauiense foi reaparecendo, mas algo sombrio aconteceu…enquanto eu tinha aulas de fono pra perder a mineirisse e o tempero nordestino, eu fui pegando sotaque de carioca! E ai meus amigos mineiros falavam: “Não, cê jura quocê é carioca, né ?!”
Ai ao 23, eu tinha sotaque de mineira, em todos os lugares menos Minas, sotaque de carioca em Minas, sotaque de piauiense dependendo do meu humor ( por que quando eu fico brava, baixa a cangaceira em mim, que você jura que eu nunca sai do Piauí), e confusão mental em Teresina, por que ninguém entendia mais nada por lá.
Pois bem, lá vai a Piauí pra NYC! Em um lugar onde minhas melhores amigas se chamam :Sui An, Tei An e Quen Uan você pode imaginar o balaio de gato que é esse lugar e a bagunça de sotaques que imperam por aqui. Eles são muitos: asiáticos, latinos, árabes, europeus…e mais uma vez eu sou reconhecida pelo meu sotaque.
Eu, garçonete, de tanto ouvir a mesma pergunta, reconheço agora a questão pela expressão facial das pessoas: “Posso te perguntar uma coisa, e esse sotaque, é de onde?” Quando eu estou de bom humor eu pergunto de onde eles acham que eu sou, e lá vai: inglesa, russa, eslovena, croata, irlandesa, sul americana, são maioria nos chutes, mas as vezes eu ouço, espanhola ou francesa. Os poucos que acertam que eu sou brasileira, eram brasileiro, moraram no Brasil,ou tinham amigos brasileiros…
Bem, o fato é que agora eu não tenho que me preocupar com meu sotaque piauiense –
mineiro - carioca, por que, ao som de qualquer palavrinha descompromissada, meu namorido* rola de rir do meu sotaque, e não tem santo no mundo que me faça pelo menos saber do que é que ele está rindo…
O que eu posso dizer? Eu sei exatamente como ela se sente. Achou a resposta batida? Conversando comigo você pode facilmente perceber que eu tenho um sério problema de fixação de residência ( o que não deixa de ser irônico para alguém que esta entrando em um processo que solicitação de residência permanente para os EUA).
Meu sotaque original de fábrica é o de piauiense, e ele costumava ser bastante carregado até os 16 anos de idade, quando eu me mudei pra Belo Horizonte. Ouvindo a mesma pergunta toda vez que eu abria a boca: “Donde cê é?” eu respondia que era do Piauí, a reação era imediata: “ Ocê? Branquela desse jeito? Mas não é mesmo…” Até eles acreditarem era uma novela. Isso me deixava injuriada as vezes, parecia que me desligava de casa, acabava com as minhas referências…
Bem, lá pela metade desses 6 anos, eu adquiri um Segundo sotaque: o de mineira, que era como eu era reconhecida em qualquer lugar que não fosse Minas Gerais! Eu voltava pra Teresina e ouvia dos meus amigos brincarem: “Nosenhora, sô, traz um pão de queijo pressa menina que se não o trêm vai isquentá!” Uma vez , passando o Reveilon no Rio com minha prima mineira que morava a um ano em São Paulo, um taxista perguntou se a gente era mineira, por que, segundo ele, o seu sotaque da minha prima (mineira legítima), ainda é mais ou menos, mas o meu era muito carregado!
Então, aos 22 anos de idade eu tinha sotaque de piauiense em Minas, e de mineira no resto do Brasil. Foi quando mudei pro Rio, onde inicialmente todos achavam que eu era mineira na primeira frase, inclusive eu! Fora da influência do sotaque mineiro, meu sotaque de piauiense foi reaparecendo, mas algo sombrio aconteceu…enquanto eu tinha aulas de fono pra perder a mineirisse e o tempero nordestino, eu fui pegando sotaque de carioca! E ai meus amigos mineiros falavam: “Não, cê jura quocê é carioca, né ?!”
Ai ao 23, eu tinha sotaque de mineira, em todos os lugares menos Minas, sotaque de carioca em Minas, sotaque de piauiense dependendo do meu humor ( por que quando eu fico brava, baixa a cangaceira em mim, que você jura que eu nunca sai do Piauí), e confusão mental em Teresina, por que ninguém entendia mais nada por lá.
Pois bem, lá vai a Piauí pra NYC! Em um lugar onde minhas melhores amigas se chamam :Sui An, Tei An e Quen Uan você pode imaginar o balaio de gato que é esse lugar e a bagunça de sotaques que imperam por aqui. Eles são muitos: asiáticos, latinos, árabes, europeus…e mais uma vez eu sou reconhecida pelo meu sotaque.
Eu, garçonete, de tanto ouvir a mesma pergunta, reconheço agora a questão pela expressão facial das pessoas: “Posso te perguntar uma coisa, e esse sotaque, é de onde?” Quando eu estou de bom humor eu pergunto de onde eles acham que eu sou, e lá vai: inglesa, russa, eslovena, croata, irlandesa, sul americana, são maioria nos chutes, mas as vezes eu ouço, espanhola ou francesa. Os poucos que acertam que eu sou brasileira, eram brasileiro, moraram no Brasil,ou tinham amigos brasileiros…
Bem, o fato é que agora eu não tenho que me preocupar com meu sotaque piauiense –
mineiro - carioca, por que, ao som de qualquer palavrinha descompromissada, meu namorido* rola de rir do meu sotaque, e não tem santo no mundo que me faça pelo menos saber do que é que ele está rindo…
3 comentários:
Ok!!!! Estou adorando acompanhar-te daqui...
Agora diz se a idéia de criar um blog não foi ótima???Mesmo que não hajam leitores, é muito legal como válvula de escape!
Beijos, Loreta!
Hahaha!!! Estou trabalhando com cobertura jornalisticas de convenções de tatuagem pelo Brasil e a cada lugar pego um sotaque... hehhee... Agora estou em Florianópolis e sou a própria manezinha da ilha! Também levei um susto quando a Talita me contou que vc era de Terezina!! E fiz o mesmo comentário sobre vc ser branquela!!! hgeheheheheh!!!
Bjo!
Ai que ódio desse sistema de comentários!!
Incomunicavel é o nome do meu blog e não o meu!!
O meu é Amana.
Bjo.
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