sábado, março 25, 2006

De como ela conheceu o namorido*

Antes do primeiro: Se você comecou a ler meu blog por agora, provavelmente deve esta se perguntando, que diabo é isso de namorido? Pra entender, eu recomendo que você leia meu primeiro post, onde eu explico a terminologia.
Agora sim:
Primeiro eu tenho que explicar por que a demora pra essa nova "história". O ilustrícimo namorido danificou permanentimente o laptop enquanto estava sob efeito da "gripe irlandesa". Eu explico: Saint Pratrick`s day, dia do padroeiro da Irlanda, internacionalmente comecida como a pátria dos maiores cachaceiros do mundo, foi a algumas semanas atrás. Então, Saint Patrick`s day é o dia da enfiar o pé na jaca aqui em NYC, cheia de descendentes de Irlandeses, um deles, meu namorido. No dia seguinte ao SP`s Day, o namorido tinha vomitado as tripas, mas as 3 da tarde depois de muitos cuidados e pedialite, resolveu sair pra comer comigo. Atravessamos a rua e fomos comer nesse restaurante de comida mexicana que ele adora. Enquanto a gente esperava, o namorido comecou a se sentir mal e voltou pra casa, eu fiquei com o encargo de explicar por que eu ia ter que pedir a comida pra levar pra casa. Quando eu disse que ele não se sentia bem, a dona do restaurante comentou: "Ah! Gripe irlandesa!", nada mais apropriado.
Voltando a explicação, eu fiquei duas semanas sem computator, por isso a demora.
Do que é que eu tinha de falar mesmo?Ah, de como eu conheci o dito cujo, o irlandês gripado!
Enfim, eu estou morrando na cidade maravilhosa, nada bronzeada, trabalahndo no shopping, mais precisamente na loja da Ellus. Fim de ano, a gringaiada em peso no Rio, e eu, a única viva alma que falava algum inglês na loja, sendo sumariamente explorada! Estou bem descendo as escadaria que eu subia e descia 100 vezes por minuto pra ir pro estoque, quando avisto um carinha magricelo e descabelado( no bom sentido!). Obviamente gringo, algo reconhecível pelo bronzeado tipo escritório e pelo jeito de parecer cool em havaianas e Hering branca. O amigo que escoltava, esse era indiscultivelmente brasileiro. Como eu não gosto de ser óbvia, eu vou pro amigo. Perguta básica: "posso ajudar?", resposta básica: " só olhando" , ... cansada eu tava...mesmo assim, ele é bonitinho e eu insisto: " procurando alguma coisa pro reveilon?" , e a resposta que eu mais esperava: "pra ele, não pra mim!" então eu me direciono pra caça, e mesmo certa de que ele não falava português, eu procigo em minha língua mãe, "tem que ser branco?"... nesse momento, como esperado o amigo interrompe: " ele não fala português"..."não?"... " que surpresa " eu pensei comigo, e completei: " fala inglês? "... com a confirmação do amigo, eu me volto novamente ao magrelo estrategicamente descabelado ( ele gasta horas pra se descabelar) e mando no macarrônico: "Can I help you?"... e uma esperança nervosa se revelou no rosto do rapaz, denunciando uma reciprocidade da minha maldade...humm.
Mostrava o que eu tinha de branco na loja, quando o amigo brasileiro se lembrou que tinha que perguntar sobre o sapato que o rapaz teria que usar na festa de reveillon, assim partiu em busca da irmã. Lá estava eu, na situação perfeita, sem ninguém que falava inglês em volta. O descabelado escolhe uma roupa na primeira olhada, o que me surpreende. Tenho que adimitir que nessa hora eu vi meu ego ferido. Eu como figurinista não havia pensado naquela combinação que ele tinha escolhido, e agora eu esperava anciosa do lado de fora da cabine pelo resultado da minha má percepção. E lá vem ele, pra me destruir, com a melhor opção em branco existente naquela bendita loja, e não tinha sido eu que tinha posto aquilo junto! Não tive muito tempo pra pensar nisso, por que eu logo me vi diante da perguta mais fofa: " você gostar?", peguntou ele no seu português ruim, e eu, já apaixonada pelo bom gosto, me via agora encantada pela tentativa de interatividade na língua nativa, mesmo assim eu respondi em inglês: " eu gosto, não sei se você gosta" , e dessa vez eu me apunhalou certeiramente, mais uma vez em português, ou pelo menos uma tentativa dele: " dizer a verdade"...eu vou derreter, pensei, depois de ouvir isso. Nesse momento eu pensei: "quer saber? vou cair matando", então da minha boca sairam as palavras mágicas: " Essse é o estilo que EU gosto, basta saber se é o seu", e ele mandou no mesmo tom: "se é o que você gosta, é o que eu vou levar"... ai,ai,ai...
Quando o amigo chegou, trazia a irmã e outra menina, aterrorizantemente bonita, obviamente modelo. Sasaricou pela loja a Comprida, parou na frente do namorido, fletando com ele e em inglês, disse pra ele que testasse seu português perguntanto pra mim se eu tinha um vestido branco. Envergonhado, ele não disse nada, e eu com meu sorrizo de vendedora suspreendi a comprida, que não parecia entender como a aborigene aqui falava inglês: " do you want a white dress?" . E lá vou eu enfiar um vestido de 800 reais na magrela. Enquanto ela provava o vestido, eu descrubro que o rapaz em questão estava de estadia prevista para 3 meses, melhor parte, os amigos, incluindo a comprida, voltariam pra NYC em 2 semanas, e ele ficaria no Rio sozinho, sem conhecer ninguém. Tinha como ficar melhor? A resposta é sim! Depois que o amigo partisse, ele ficaria hospedado em um apartamento que havia alugado por esses 3 meses, a 3 quadras do meu apartamento.
Essa descoberta encheu o tímido rapaz de corragem pra que ele peguntasse se poderia voltar na loja pra me ver. Nessa hora eu me retorcia de vontate de por meu telefone no cartão da loja, mas meu gerente estava do lado orgulhoso de sua vendedora bilingue, empatando meu samba, sem ter a menor idéia do que acontecia diante dele. Estrategicamente escrevi o horário que eu estava na loja, e disse que podia me procurar se precisasse de algo. Ele perguntou novamente, se podia mesmo voltar pra me ver. Eu então, mais absoluta que qualquer diva que já existiu, respondi com uma desplicência claramente fingida: seria um prazer! "Já era!''- eu pensei.
A certeza construida embasada em nossa conversa, foi rapidamente subistituida pela pela dúvida originada e alimentada pela visão de tantas budas perfeitas que perambulavam pela praia de Ipanema, enquanto eu esperava pelo meu ônibus , pra ir pro shopping. Eu tenho que fazer uma observação: existe algo mais cruel do que , no fim de semana desviar o seu ônibus , que geralmente passa em uma rua nada especial, pra Vieira Souto? Vista pro mar do ponto de ônibus, enquanto todo mundo chega na praia, você está lá se preparando pra vender calça jeans.


Ai que vontade de trabalhar!!!!!!!!!!!!!!

E era nesse momento de tortura que eu imaginava que naquele mar de mulheres, aquele cara a essas alturas ja tinha encontrado uma bunda muito melhor do que a minha. Assim, uma semana passou arrastadíssima e eu já não nutria esperanças de ver o rapaz novamente.





Um exemplo de bunda muito melhor do que a minha!

E lá estou eu atendendo uma cliente que em 20 minutos já havia escolhido no mínino 3mil reais em roupa, quando ele entrou na loja. Eu estava no mesmo lugar onde eu o avistei pela primeira vez, descendo a escadaria. Quase caio na descida do resto da escada, enquanto olhava alternadamente pra ricaça e pro rapaz, tentando descidir o que fazer.
Ele estava lá displicentimente olhando as camisetas quando eu cheguei toda atrapalhada. A única coisa que eu consegui falar foi que eu estava ocupada, mas que ele não saisse da loja até que eu falasse com ele. Com a desculpa de que tínhamos
gente que não falava português na loja, empurrei a ricaça pro gerente, que cuidaria da minha gorda comição e fui...
Ele estava queimado de sol, vestia um short amarelo, que era inesplicável em alguém que tinha se mostrado um ser de bom gosto, mas o seu nervosismo enquanto falava comigo, era tão cativante , que afastava meus pensamentos fashionistas da minha mente. Pedi um minuto, quando vi que meu gerente estava ocupado, corri e escrevi meu telefone em um cartão da loja, furtivamente, e me sentindo quase uma criminosa o gardei no bolso. A sua amiga que também era de NYC estava esperimentando algumas roupas na cabine, o que me dava motivo pra continuar a conversa. Ele finalmente , se encheu de coragem e pediu meu telefone. Foi ai que se passou a mais patética de todas as cenas dessa história. Eu tiro um cartão do bolso imediatamente, e nele o meu telefone previamente escrito. Ele ficou tão surpreso e eu tão envergonhada que não sobrou nada que pudesse ser feito pra melhorar a situaçnao , só um soriso sem graça, mas o que importava era que ele tinha meu telefone, e que meu gerente não tinha sacado nada, é claro!
Além de trabalhar na Ellus, eu fazia aula de interpretação pra TV e estava fazendo um figurino pra um amigo, que trabalahava com teatro empresarial. Bem no meio do meu teste de maquiagem, enquanto eu pintava o rosto desse garoto de 17 anos que era todo cheio de chimichega pro meu lado ( o que me matava de rir) , um dos atores vem me gitando. Eu concentrada respondia: "Agora não, agora não!" Até ele dizer que era meu telefone, eu histérica, largo o cara pintada e atendo o telefone.."Hey, how are doing?".. e meu amigo, o diretor da peça, entendendo tudo, começou a fazer algo que desviasse a atenção de mim.
Conversa vai, conversa vem e eu falei que se ele quizesse fazer algo mais tarde, que me ligasse. Mas não foi fácil assim... nossas agendas ficaram se desencontrando por uma semana, o amigo tinha tantos compromissos familiares e eu terminando um figurino... eu já estava achando que não ia funcionar, quando eu recebi o recado gravado na minha secretária eletrónica: " Segunda feira, meus amigos vão embora e eu vou pro meu apartamento em Ipanema, vc quer me encontrar segunda a noite?" CLARO!
Contei pro meu fiel amigo de trabalho, e ele,como estudante de moda, falou: "Gata, vamos deixar a bermudinha e o All Star no guarda roupa e vamos por um salto, por que você é lindinha, mas precisa de uma coisa mais sex!"
Essa foi a maldição, duas horas, e o quarto todo bagunçado, e eu não me descidia no que usar. O dia era quente demais pra calça jeans,( quando da pra ser quente no Rio, não tá pra resistir...)Ah foda-se, se esse ifeliz tiver que gostar de mim, vai ter que ser de bermuda e All Star. Tão nervosa... andei até esquina do apartamento dele onde combinei de encontrá-lo. Escolhi um café sentamos e pedimos uma cerveja cada um. Depois de horas de conversa, o inevitável, o bar ia fechar. Segunda feira, não tinha nada aberto onde a gente pudesse ir. Sabe aquela situacão onde vocês ficam lá olhando um pro outro, nada ainda aconteceu , vocês sabem que vai acontecer, mas no momento ninguém quer dizer boa noite, até amanhã... Entre as trinta mil coisas que a gente conversou, estava cinema. Ele me falou desse filme que era o seu preferido e que eu não tinha assistido, ele já tinha comentado que eu teria que assitir qualquer dia desses...ele perguntou se tinha um lugar pra gente ir, a rsposta era não!
Foi então quando ele perguntou se eu queria assistir um filme como ele. Humm... se esse gringo tá pensando que eu vou parar no apartamento dele hoje... ele tá certo, por que depois de esperar duas semanas por ele, eu me recuso a ir pra casa sem beijar o peste! Além do mais, ele é muito fraquinho pra se meter a besta comigo!
Entro no apartamento e ele me oferece ceveja, wisky e vodka com Red Bull. Não obrigado, tá achando que vai me embebedar, gatinho...não nasci ontem, pensei. Mas que coisinha mais fofa... em poucos minutos ele tinha me mostrado as fotos de sua estadia no Rio até aquele dia, de sua família , de seus amigos nos Estados Unidos, e eu já me sentia como se a gente se conhecesse a anos... mas nada de beijo.
Começamos a assitir o tal filme no lap top dele que ele comlocou no meio da cama. Eu de um lado, ele do outro e um lap top entre nós dois. E ao contrário do que eu pensava, ele realmente queria assistir o filme!
Pro inferno esse filme, já tinha passado uma hora e tudo que tinha acontecido era uma leve inclinação de tronco de ambos a fim de uma aproximação de braços! Ah!!!!!!!!!!!! Que homem devagar! Agora era uma hora e meia e minhas costas doiam, por que depois de tocarmos os antebraços eu não vi saida que não fosse rencostar minha cabaça no ombro dele. E você se pergunta se tá lendo meu blog ou um romance do século passado quando as moças coravam ao mostrar os seus tornojelos.
Finalmente, pelo canto do olho eu percepi que ele talvez estivesse olhando pra mim. Retribui o olhar e finalmente... ai primeiro beijo!
Quando eu abri o olho, eu ouvi a coisa mais inesperada do mundo:" Você tem o rosto mais bonito que eu jé vi." O que você responde? Bem, você eu não sei, eu agradeci o elogio e me apaixonei. Depois dai a situação só piorou. Eu tava usando uma camiseta que não tem as costas, ele me abraçou e disse que ia escrever uma coisa nas minhas costas e que eu tinha que adivinhar. Coitada de mim, adivinhar o que alguém tá escrevendo nas minhas costas em inglês! Mas não tever erro, ele escreveu letra por letra: " eu estou muito feliz, eu conheci voçê". Ai que bonitinho! Tenho certeza que você pensou isso né? Eu também, por isso não condeno!
Esse foi o primeiro encontro, se eu for contar o restos dos dois mêses que se seguiram, alêm de ficar aqui 5 meses escrevendo, eu iria matar todo mundo de inveja, hahahaha.Tô de sacanagem! Mas esse jogo de escrever nas costas virou a desculpa pra falar tudo que a gente tinha medo de falar e foi assim que eu disse que pra ele em forma de pergunta, que eu amava ele:" é possível amar alguém em 3 dias?" . Depois de um mês eu escrevi que não queria viver sem ele e pedi ele em casamento, todo isso escrevendo nas costas. Ah, se desse pra ler o que a gente escreveu! Mais coisa que no meu blog!
Agora eu tô aqui em casa , em NYC, passando frio na primavera, pensando em todas as vezes que eu quiz jogar o namorido pela janela pra ter paz e procurando nas paredes as fotos que a gente nunca imprimiu pra por no porta retrato. Faz muito tempo que a gente não escreve nada nas costas um do outro, faz tempo que a gente não tem tempo de ficar olhando um pro outro discutindo tem quem o olho mais bonito, já faz mas de um ano que isso aconteceu. Tudo isso me faz pensar no que vai acontecer daqui pra frente...
Lá pra frente eu não sei, mas amanhã quando o namorido chegar de viajem eu vou arrancar a camisa dele e vou escrever nas costas dele que eu quase morri de saudade e que o olho dele é o mais bonito!!!!!!!!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

A-D-O-R-E-I!!!!!

Anônimo disse...

Bravissimo Laurinha, bravissimo.