segunda-feira, maio 22, 2006

Jamáica abaixo de zero e sensibilidade acima do imaginável




Sábado a noite: jantar, vinhozinho, me arrumando pra sair com o namorido, assistindo tv descomprometidamente... ai , ai... lá vai o namorido arrumar a louça do jantar! Bem, estou sozinha com a tv e, finalmente, posso assistir alguma coisa que não seja: jogos do Play off a NBA, replay de jogos do Play off da NBA, jornal esportivo comentando os jogos do Play off da NBA e previsões para os próximos jogos do Play off da NBA. A emocão foi tanta, que em vez de ir direto para os canais seguros, onde eu sei que vou encontrar algo descente, eu resolvi ousar! Coloquei no canal 01 e, pacientimente, fui subindo, dividida pela dúvida de que se seria melhor achar algo bom,ou não, uma vez que eu estaria, dali a pouco, de saída. Quando a preguiça já estava dominando meu ser, eu avistei a luz, ou melhor eu ouvi o som!
Era aquele maravilhoso som que exerce sobre mim quase o mesmo poder que João Gilberto desmacarando a falsa baiana: Buena Vista Social Club!
Não pensei que fosse ver um documentário sobre essa maravilha CUBANA assim, de bobeira na tv por aqui! Tentei persuadir o namorido a assistir, mas como o documentário em nem um momento se referia aos jogos do Play off da NBA, já viu! Eu peguei o filme no fim por isso, em pouco tempo estava eu vendo os olhinhos cheios de água de Ebraim Ferrer sob as salvas de palmas depois de seu show em NYC. Eu me remoia de raiva e remorsos ao me lembrar que tinha perdido a chance de vê-lo ao vivo no Canecão, no Rio, por causa de 80 reais! Bem feito pra mim! Menos de um ano depois ele morreu, e agora, eu vou inferno sem ter visto o Ebraim Ferrer ao vivo! Voltando ao filme... a cara dele no fim do documentário dá uma vontade de chorar... mas eu, além de burra ( por que não fui no show dele) , sou carne de pescoço, e difícil de chorar em filme, por isso engoli o choro e fui terminar de me arrumar. Coloquei meu CD Buena vista social Club e fui passar a massa corrida na cara!
Terminei de me arrumar e, assutadoramente, me vi pronta antes da hora! ?Como assim? Eu? Sempre acostumada com o namorido torrando a paciêcia, por que eu tô atrasada, me vi na obrigação de sentar de novo em frente a tv.
Desta vez, o namorido estava no sofá e, por esse motivo, a gente sabe o que estava passando na tv: alguma coisa sobre os jogos do Play off da NBA! Entendendo que assitir mais de 3 jogos de basquete por semana, já era uma grande prova de amor, ele resolveu mudar de canal. Onde ele parou ? Num filme:Jamáica abaixo de zero!
Por coincidência, esse também estava quase no fim. Estamos nós assistindo a história do primeiro time de trenó da Jamáica que vai participar das olimpíadas de inverno: o time está com bom tempo, vai com tudo, todo mundo animadíssimo, quando o trenó quebra e eles sofrem um puta assidente. Preocupação geral, pois em fim, os carinhas engraçados da Jamáica podiam ter se lascado! Mas não, eles se levantam , e não é só isso, eles resolvem carregar o trenó nas costas até a linha de chegada a fim de completar a corrida. Enquanto carregam o carrinho, a platéia aplaude emocionada. É ai que um carrinha bronzeado, no meio da neve, abre uma jaqueta revelando uma camiseta dizendo:" time de trenó da Jamáica"!
Nesse ponto do filme o namorido balboceia:" Você sabia que isso aconteceu de verdade?" Eu respondi que eu sabia, claro! Quando olhei pro namorido, me lembrei o Ebraim Ferrer! Pois o namorido não se encontrava com os olhos cheios de lágrimas, assitindo Jamáica abaixo de zero?!!!!!!! Eu quase tive um espasmo! Eu dei uma gargalhada que fez com que as lágrimas, que a esse ponto ainda se retinham aos olhos dele, se derramacem pelo seu rosto. Eu perguntei: " Você tá chorando por causa de Jamáica abaixo de zero?" e ele respondei totalmente invergonhado: "Você não acha triste?", eu tive que pedir desculpa pela indelicadeza e cair na guargalhada!
Eu engulino o choro ao som de Buena Vista Social Club e meu namorido de desfazendo em lágrimas ao som da Jamáica!

quinta-feira, maio 11, 2006

Do aniversário em Miami e da tentativa frustrada de voltar a comer peixe após alguns aninhos como vegetabureba!

Todos nós sabemos que um mês antes de nosso "cumpre anos", nós, seres humanos, passamos por nosso inferno astral ( se minha amiga T, de BH, está lendo isso, ela tá rindo de mim, por que sabe que eu não acredito nessas coisas, mas tudo bem...). Comigo não foi diferente, Por esse motivo, eu já digo logo que foi por causa do dito inferninho, que eu estou em falta com meu blog, detesto escrever mal-humorada.
Dentre outras coisas que aconteceram no meu inferno, eu tive uma briga seríssima com o namorido, que quase passa a categoria de ex-namorido. Como eu não sou lá muito original, depois da tempestade tratei de curtir a bonança: o namorido me deu de presente de aniversário, um fim de semana com ele em Miami em um resort, fedendo de chic!
O namorido me deu essa viajem por três motivos. Primeiro, por que ele adora praia. Segundo : pra se retratar da briga. Terceiro: pra afastar da minha cabeça o pensamento de que eu iria deixar a categoria etária de vinte e poucos pra entrar na de quase trinta. Existe também uma quarta razão: depois de longo inverno em NYC eu já estava embolorando, e eu acho que ele não queria uma namorada mofada!
Pois sim, vou-me pra Miami. Saio daqui na sexta de tarde enquanto o namorido saia de Dallas, onde esta trabalhando a mais de dois meses, pra nos encontrar-mos na terra prometida das palmeira! Depois de algumas horinhas de vôo estou eu sendo apanhada de carro alugado, no aeroporto.



Chego no hotel e putz!!!!!!!!!!!! Que lugar enorme!!!!!!!Caraca, eu quero fazer 25 anos todo dia, posso?
Não muita coisa ocupava o dia mais do que piscina, praia, cerveja na beira da piscina, batida de morango na beira da piscina,e por ai vai.
Que coisa boa praia nos Estados Unidos, eu me senti muito bem! Primeiro por que eu tinha que me preocupar em ser a mais branquela de todos na piscina; segundo, nem a mais gorda!
Nesse cenário maravilhoso, eu resolvi finalmente por em prática um plano não tão velho.
Já faziam uns bons meses que eu andava as voltas com meus pensamentos vegetarianos ( acho que fazem mais ou menos uns três anos que eu não como carne). Andava pensando que, pelo fato que não esta tento muito tempo pra cozinhar, eu estaria passando por uma certa carêcia de proteína, por isso a possibilidade de voltar a comer frutos do mar , vinha sendo figurinha carimbada em minhas conversar com o namorido.

"Como assim? Comer o Sebastião?"

O namorido sugueriu uma coisa que não tivesse muito gosto de carne: crab! "O que é crab , mesmo?" eu pergunto confusa. Ele responde:"Sebastian!" Ah! Tudo que eu precisava, alguém se referindo a minha furura refeição como um dos personagens do meu desenho animado preferido de quando eu era crinça! Agora, lá estava eu pensando se eu iria ou não ter coragem de comer o "Sebastião", amigo da "Ariel", a pequena seria!
Vamos pra este restaurante de frutos do mar tentando pensar em qualquer coisa que não fosse o Sebastião.Chego lea e pesso eu "crab"! Sabe aquela luta que existe pra achar uma carninha com um pouquinho mais de sustância em um carangueijo? Isso não existe aqui! Essa coisa de lutar pela sua comida , é definitivamente coisa de terceiro mundo! O garçon coloca essa cestinha com " patinhas" de carangueijo na minha frente e um riso compulsivo toma conta de mim: as patinhas de carangueijo era mais ou mesno do comprimento do meu antebraço. A parte fina da pata, que no Brasil a gente chupa, por que nem vale a pena quebrar, aqui, dava pra enfiar o garfo dentro pra tirar a carne. Sei que todos os comedores de carangueijo estão lambendo os beiços, mas eu, diante daquilo tudo fui acometida de um estado que é até difícil de descrever. Eu comia e falava. Comia sem parar, por que se parasse sabia que não ia voltar a comer, e falava que era pra me destrair do fato que eu estava estraçalhando uma patinha de um bicho morto pra comer a gosma de dentro dele! Arg!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Foi a coisa que passou pela minha cabeca quando eu terminei meu prato, ou melhor, minha cesta.
"Que nojo!" e "Tomara que eu não passe mal!" foram os pensamento seguintes. Eu não passei mal, mas não me imaginava comendo carangueijo nunca mais na minha vida depois dessa! Ai eu pensei: vou ouvir conselho de devorador de churrasco! Vai ser burra assim no quinto dos infernos! Vou tentar comer salmão, motivos: foi a última carne que eu desenti de comer, faz um bem danado a saúde ( e isso tudo é sobre saúde, por que comer carne não é de longe algo de que eu sinto saudades)e por último, nenhum ídolo da minha infância tem cara de salmão!
Segunda oportnidade pra todos os anos de evolução da raça humana( aquela baboseira de tanto tempo pra chegar no topo da cadeia, bla, bla, bla...) falarem mais alto do que minha racionalidade que me diz:" Arg! Comer bicho morto é nojento!" Lá vou eu comer em um maravilhoso restaurante caribenho, na noite que antercedia meu aniversário, pra comemorar um quatro de século de existência!
Vinho: Pinot Noir, que eu posso até comer peixe, mas dai a ter que beber vinho branco, também já é de mais!
Prato pricincipal: salmão grelhado com legumes e molho de manga.
Sobremesa: creme brullé com morangos ( o namorido me chamou de Amelie, quando eu pedi isso)
Não posso reclamar do jantar, eu não estava enganada, o salmão realmente é minha carne. Comi se remorços de estar comendo um amiguinho do fundo do mar. Mas...ops, o que é isso?


Coisa esquisita! Que é isso no meu ombro?

Quando eu chego no hotel, meu pescoço e peito vermelhos como pimentão e completamente empipocados! Como assim? Eu não posso ser alérgica a salmão! Eu comia salmão 3 vezes por semana quando eu comia comida japonesa! Pensei que devia ser efeito retardado co carangueijo, do dia anterio! Oras! Carangueijo, sim , todo mundo sabe que é comida complicada, mas salmão! Não, salmão é a grande descoberta da ciência , cheio de bons óleos e antioxidantes...Resolvi almoçar salmão , no outro dia pra tirar a prova, ou eu ficava na mesma , eu empelotava de vez. E me passei de novo pro salmnao gralhado com legumes, dessa vez em outro restaurante! Muito bonito! Agora além do pescoço e do peito estavam empelotados meus bracos e minha barriga!
Esse foi o último dia em Miami, e eu voltei pra NYC na tarde da segunda feira e a noite quando eu cheguei em casa, a alergia já tinha atingido as minhas costas e rosto.
Foi quando que eu me vi em casa, sozinha, por que o namorido tinha voltado pra Dallas, empelotada, coceirenta e com "quase trinta anos", na noite do meu aniversário, que eu pensei: " Ai meu Deus, será que amanhã já conta como o fim do inferninho?"